A História

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CONHECA TODA A HISTÓRIA DA SÉRIE ISAQUE E ISMAEL 

(A ordem dos versículos escritos aqui é a ordem que será contado na série)

 

A aliança de Deus com Abrão

1 Depois dessas coisas o Senhor falou a Abrão numa visão:

"Não tenha medo, Abrão!

Eu sou o seu escudo;

grande será a sua recompensa!"

 

2 Mas Abrão perguntou: "Ó Soberano Se­nhor, que me darás, se con­tinuo sem filhos e o herdeiro do que possuo é Eliézer de Damasco?"

 

3 E acrescentou: "Tu não me deste filho algum! Um servo da minha casa será o meu herdei­ro!"

 

4 Então o Senhor deu-lhe a seguinte res­posta: "Seu herdei­ro não será esse. Um filho gerado por você mesmo será o seu herdeiro".

 

5 Le­van­do-o para fora da tenda, disse-lhe: "Olhe para o céu e conte as estrelas, se é que pode contá-las". E prosseguiu: "Assim será a sua des­cendência".

 

6 Abrão creu no Senhor, e isso lhe foi creditado como justiça.

 

7 Disse-lhe ainda: "Eu sou o Senhor, que o tirei de Ur dos caldeus para dar a você esta terra como herança".

 

8 Perguntou-lhe Abrão: "Ó Soberano Senhor­, como posso saber que tomarei posse de­la?"

 

9 Respondeu-lhe o Senhor: "Traga-me uma novilha, uma cabra e um car­neiro, todos com três anos de vida, e também uma rolinha e um pombi­nho".

 

10 Abrão trouxe todos esses animais, cortou-os ao meio e colocou cada metade em frente à outra; as aves, porém, ele não cortou.

 

11 Nisso, aves de rapina começaram a descer so­bre os cadáveres, mas Abrão as enxotava.

 

12 Ao pôr do sol, Abrão foi tomado de sono profundo, e eis que vieram sobre ele trevas densas e apavorantes.

 

13 Então o Senhor lhe disse: "Saiba que os seus descendentes serão estrangeiros numa terra que não lhes pertencerá, onde também serão escravizados e oprimidos por quatro­centos anos.

 

14 Mas eu castigarei a nação a quem servirão como escravos e, depois de tudo, sairão com muitos bens.

 

15 Você, porém, irá em paz a seus antepassados e será sepultado em boa velhice.

 

16 Na quarta geração, os seus descen­dentes voltarão para cá, porque a malda­de dos amor­reus ainda não atingiu a medida completa".

 

17 Depois que o sol se pôs e veio a escuri­dão, eis que um fogareiro esfumaçante, com uma tocha acesa, passou por entre os peda­ços dos animais.

 

18 Naquele dia, o Senhor fez a se­guinte alian­ça com Abrão: "Aos seus descenden­tes dei esta terra, desde o ribeiro do Egito até o grande rio, o Eufra­tes:

 

19 a terra dos queneus, dos quenezeus, dos cadmo­neus,

 

20 dos hititas, dos ferezeus, dos refains,

 

21 dos amorreus, dos cananeus, dos girga­seus e dos jebuseus".

 

Agar e Ismael

1 Ora, Sarai, mulher de Abrão, não lhe dera ne­nhum filho. Como tinha uma serva egíp­cia, chamada Hagar,

 

2 disse a Abrão: "Já que o Senhor me impediu de ter filhos, possua a mi­nha serva; talvez eu possa formar família por meio dela". Abrão atendeu à proposta de Sarai.

 

3 Quando isso aconteceu, já fazia dez anos que Abrão, seu marido, vivia em Canaã. Foi nessa ocasião que Sarai, sua mulher, lhe entregou sua serva egípcia Hagar.

 

4 Ele possuiu Ha­gar, e ela engravidou.

Quando se viu grávida, começou a olhar com desprezo para a sua senhora.

 

5 Então Sarai disse a Abrão: "Caia sobre você a afronta que venho sofrendo. Coloquei minha serva em seus braços e, agora que ela sabe que engravidou, despreza-me. Que o Senhor seja o juiz entre mim e você".

 

6 Respondeu Abrão a Sarai: "Sua serva está em suas mãos. Faça com ela o que achar melhor". Então Sarai tanto maltratou Hagar que esta acabou fugindo.

 

7 O Anjo do Senhor encontrou Hagar perto de uma fonte no de­serto, no caminho de Sur,

 

8 e perguntou-lhe: "Ha­gar, serva de Sarai, de onde você vem? Para onde vai?"

Respondeu ela: "Estou fugindo de Sarai, a minha senhora".

 

9 Disse-lhe então o Anjo do Senhor: "Vol­te à sua senhora e sujeite-se a ela".

 

10 Disse mais o Anjo: "Multiplicarei tanto os seus descendentes que ninguém os poderá contar".

 

11 Disse-lhe ainda o Anjo do Senhor:

"Você está grávida e terá um filho,

e lhe dará o nome de Ismael,

porque o Senhor a ouviu

em seu sofrimento.

 

12 Ele será como jumento selvagem;

sua mão será contra todos,

e a mão de todos contra ele,

e ele viverá em hostilidade

contra todos os seus irmãos".

 

13 Este foi o nome que ela deu ao Senhor, que lhe havia falado: "Tu és o Deus que me vê", pois dissera: "Teria eu visto Aquele que me vê?"

 

14 Por isso o poço, que fica entre Cades e Bere­de, foi chamado Beer-Laai-Roi.

 

15 Hagar teve um filho de Abrão, e este lhe deu o nome de Ismael.

 

16 Abrão estava com oi­tenta e seis anos de idade quando Hagar lhe deu Ismael.

 

 

A aliança da circuncisão

1 Quando Abrão estava com noventa e nove anos de idade o Senhor lhe apareceu e disse: "Eu sou o Deus todo-poderoso; ande segundo a minha vontade ­e seja íntegro.

 

2 Esta­belecerei a minha aliança entre mim e você e multiplicarei muitíssimo a sua descendência".

 

3 Abrão prostrou-se com o rosto em terra, e Deus lhe disse:

 

4 "De minha parte, esta é a minha alian­ça com você. Você será o pai de muitas nações.

 

5 Não será mais cha­mado Abrão; seu nome será Abraão, porque eu o constituí pai de muitas nações.

 

6 Eu o tornarei extremamente prolífero; de você farei nações e de você procederão reis.

 

7 Estabelecerei a minha aliança como aliança eter­na entre mim e você e os seus futuros descendentes­, para ser o seu Deus e o Deus dos seus descenden­tes.

 

8 Toda a terra de Canaã, onde agora você é estrangeiro, darei como proprieda­de perpétua a você e a seus descen­dentes; e serei o Deus deles.

 

9 "De sua parte", disse Deus a Abraão, "guarde a minha ali­ança, tanto você como os seus futuros descendentes.

 

10 Es­ta é a minha alian­ça com você e com os seus descendentes, aliança que terá que ser guardada: Todos os do sexo masculino entre vocês serão circun­cidados na carne.

 

11 T­erão que fazer essa marca, que será o sinal da aliança entre mim e vocês.

 

12 Da sua geração em diante, todo menino de oito dias de idade entre vocês terá que ser circuncidado, tanto os nasci­dos em sua casa quanto os que forem comprados de estrangeiros e que não forem descen­dentes de vocês.

 

13 Sejam nascidos em sua casa, sejam com­prados, terão que ser circuncidados. Minha alian­ça, marcada no corpo de vocês, será uma aliança perpétua.

 

14 Qualquer do sexo masculino que for incircunciso, que não tiver sido circun­cidado, será eliminado do meio do seu povo; quebrou a minha aliança".

 

15 Disse também Deus a Abraão: "De agora em diante sua mulher já não se chamará Sarai; seu nome será Sara.

 

16 Eu a abençoarei e tam­bém por meio dela darei a você um filho. Sim, eu a abençoarei e dela procederão na­ções e reis de povos".

 

17 Abraão prostrou-se com o rosto em terra; riu-se e disse a si mes­mo: "Poderá um homem de cem anos de idade gerar um filho? Poderá Sara dar à luz aos noventa anos?"

 

18 E Abraão disse a Deus: "Permite que Ismael ­seja o meu her­dei­ro!"

 

19 Então Deus respondeu: "Na verdade Sara, sua mulher, lhe dará um filho, e você lhe chamará Isaque. Com ele estabelecerei a minha aliança, que será aliança eterna para os seus fu­turos descendentes.

 

20 E, no caso de Ismael, leva­rei em conta o seu pedido. Também o abençoa­rei; eu o farei prolífero e multiplicarei muito a sua descendên­cia. Ele será pai de doze príncipes e dele farei um grande povo.

 

21 Mas a minha ali­ança, eu a estabelecerei com Isaque, filho que Sara dará a você no ano que vem, por esta época".

 

22 Quan­do terminou de falar com Abraão, Deus subiu e retirou-se da presença dele.

 

23 Naquele mesmo dia, Abraão tomou seu filho Ismael, todos os nascidos em sua casa e os que foram comprados, todos os do sexo mascu­lino de sua casa, e os circunci­dou, como Deus lhe ordenara.

 

24 Abraão tinha noventa e nove anos quando foi circuncidado,

 

25 e seu filho Ismael tinha treze;

 

26 Abraão e seu filho Ismael foram circuncidados naquele mesmo dia.

 

27 E com Abraão foram circunci­dados todos os de sua casa, tanto os nascidos em casa como os com­prados de estrangeiros.

 

 

Os três visitantes

1 O Senhor apareceu a Abraão perto dos carvalhos de Manre, quando ele estava sen­tado à entrada de sua tenda, na hora mais quen­te do dia.

 

2 Abraão ergueu os olhos e viu três ho­mens em pé, a pouca distân­cia. Quan­do os viu, saiu da entrada de sua tenda, correu ao encontro deles e curvou-se até o chão.

 

3 Disse ele: "Meu senhor, se mereço o seu favor, não passe pelo seu servo sem fazer uma parada.

 

4 Mandarei buscar um pouco d'água para que lavem os pés e descansem debaixo desta árvore.

 

5 Vou trazer a vocês também o que comer, para que recuperem as forças e prossigam pelo cami­nho, agora que já chegaram até este seu servo".

"Está bem; faça como está dizendo", res­ponderam.

 

6 Abraão foi apressadamente à tenda e dis­se a Sara: "Depressa, pegue três medidas da melhor farinha, amasse-a e faça uns pães".

 

7 Depois correu ao rebanho e escolheu o melhor novilho, e o deu a um servo, que se apres­sou em prepará-lo.

 

8 Trouxe então coalha­da, leite e o novilho que havia sido prepa­rado, e os serviu. Enquanto comiam, ele ficou perto deles em pé, debaixo da árvore.

 

9 "Onde está Sara, sua mulher?", pergunta­ram.

"Ali na tenda", respondeu ele.

 

10 Então disse o Senhor: "Voltarei a você na primavera, e Sara, sua mulher, terá um filho".

Sara escutava à entrada da tenda, atrás dele.

 

11 Abra­ão e Sara já eram velhos, de idade bem avançada, e Sara já tinha passado da idade de ter filhos.

 

12 Por isso riu consigo mesma, quan­do pensou: "Depois de já estar velha e meu senhor já idoso, ainda terei esse prazer?"

 

13 Mas o Senhor disse a Abraão: "Por que Sara riu e disse: 'Poderei realmente dar à luz, agora que sou idosa?'

 

14 Existe alguma coisa impossível para o Senhor? Na primavera volta­rei a você, e Sara terá um filho".

 

15 Sara teve medo, e por isso men­tiu: "Eu não ri".

Mas ele disse: "Não negue, você riu".

 

16 Quando os homens se levantaram para partir, avistaram lá embaixo Sodoma; e Abraão os acompanhou para despedir-se.

Sodoma e Gomorra destruídas

1Os dois anjos chegaram a Sodoma ao anoitecer, e Ló estava sentado à porta da cidade. Quando os avistou, levantou-se e foi recebê-los. Prostrou-se com o rosto em terra

2e disse: "Meus senho­res, por favor, acompanhem-me à casa do seu servo. Lá poderão lavar os pés, passar a noite e, pela manhã, seguir caminho".
"Não, passaremos a noite na praça", res­ponderam.

3Mas ele insistiu tanto com eles que, final­mente, o acompanharam e entraram em sua ca­sa. Ló mandou preparar-lhes uma refeição e assar pão sem fermento, e eles comeram.

4Ainda não tinham ido deitar-se, quando todos os homens de toda parte da cidade de Sodoma, dos mais jovens aos mais velhos, cer­caram a casa.

5Cha­maram Ló e lhe disseram: "Onde estão os homens que vieram à sua casa esta noite? Traga-os para nós aqui fora para que tenhamos rela­ções com eles".

6Ló saiu da casa, fechou a porta atrás de si

7e lhes disse: "Não, meus ­amigos! Não façam essa perversidade!

8Olhem, tenho duas filhas que ainda são virgens. Vou trazê-las para que vocês façam com elas o que bem entenderem. Mas não façam nada a estes homens, porque se acham debaixo da proteção do meu teto".

9"Saia da frente!", gritaram. E disseram: "Este homem chegou aqui como estrangeiro, e agora quer ser o juiz! Faremos a você pior do que a eles". Então empurraram Ló com violên­cia e ­avançaram para arrombar a porta.

10Nisso, os dois visitantes agarraram Ló, puxaram-no para dentro e fecharam a porta.

11De­pois feriram de cegueira os homens que estavam à porta da casa, dos mais jovens aos mais velhos, de manei­ra que não conse­guiam encontrar a porta.

12Os dois homens perguntaram a Ló: "Vo­cê tem mais alguém na cidade - genros, filhos ou filhas, ou qualquer outro parente? Tire-os daqui,

13porque estamos para destruir este lugar. As acusações feitas ao Senhor contra este povo são tantas ­que ele nos enviou para destruir a ci­dade".

14Então Ló foi falar com seus genros, os quais iam casar-se com suas filhas, e lhes disse: "Saiam imediatamente deste lugar, porque o Senhor está para destruir a cidade!" Mas pensaram que ele estava brincando.

15Ao raiar do dia, os anjos insistiam com Ló, dizendo: "Depressa! Leve daqui sua mulher e suas duas filhas, ou vocês também serão mor­tos quando a cidade for casti­gada".

16Tendo ele hesitado, os homens o agarraram pela mão, como também a mulher e as duas filhas, e os tiraram dali à força e os deixaram fora da cidade, porque o Senhor teve misericór­dia deles.

17Assim que os tiraram da cidade, um deles disse a Ló: "Fuja por amor à vida! Não olhe para trás e não pare em lugar nenhum da planície! Fuja para as montanhas, ou você será mor­to!"

18Ló, porém, lhes disse: "Não, meu se­nhor!

19Seu servo foi favorecido por sua benevo­lência, pois o senhor foi bondoso comigo, poupan­do-me a vida. Não posso fugir para as montanhas, senão esta calamidade cairá sobre mim, e morrerei.

20Aqui perto há uma cidade pequena. Está tão próxima que dá para correr até lá. Deixe-me ir para lá! Mesmo sendo tão pequena, lá estarei a salvo".

21"Está bem", respondeu ele. "Também lhe aten­derei esse pedido; não destruirei a cidade da qual você fala.

22Fuja depressa, porque nada poderei fazer enquanto você não chegar lá". Por isso a cidade foi chamada Zoar.

23Quando Ló chegou a Zoar, o sol já havia nascido sobre a terra.

24Então o Senhor, o próprio Senhor, fez chover do céu fogo e en­xofre sobre Sodoma e Gomorra.

25Assim ele destruiu aquelas cidades e toda a planície, com todos os habitantes das cidades e a vegetação.

26Mas a mulher de Ló olhou para trás e se trans­formou numa coluna de sal.

27Na manhã seguinte, Abraão se levantou e voltou ao lugar onde tinha estado diante do Senhor.

28E olhou para Sodoma e Go­morra, para toda a planície, e viu uma densa fumaça subindo da terra, como fumaça de uma fornalha.

29Quando Deus arrasou as cidades da pla­nície, lembrou-se de Abraão e tirou Ló do meio da catástrofe que destruiu as cidades onde Ló vivia.

 

Abraão e Abimeleque
1 Abraão partiu dali para a região do Neguebe e foi viver entre Cades e Sur. Depois morou algum tempo em Gerar.
 
2 Ele dizia que Sara, sua mulher, era sua irmã. Então Abimele­que, rei de Gerar, mandou buscar Sara e tomou-a para si.
 
3 Certa noite Deus veio a Abimeleque num sonho e lhe disse: "Você morrerá! A mulher que você tomou é casada".
 
4 Mas Abimeleque, que ainda não havia tocado nela, disse: "Senhor, destruirias um povo inocente?
 
5 Não foi ele que me disse: 'Ela é mi­nha irmã'? E ela também não disse: 'Ele é meu irmão'? O que fiz foi de coração puro e de mãos limpas".
 
6 Então Deus lhe respondeu no sonho: "Sim, eu sei que você fez isso de coração puro. Eu mesmo impedi que você pecasse contra mim e por isso não lhe permiti tocá-la.
 
7 Agora devol­va a mulher ao marido dela. Ele é profeta e orará em seu favor, para que você não morra. Mas, se não a devol­ver, esteja certo de que você e todos os seus morrerão".
 
8 Na manhã seguinte, Abimeleque convo­cou todos os seus conselheiros e, quando lhes contou tudo o que acontecera, tiveram muito medo.
 
9 Depois Abime­leque chamou Abraão e disse: "O que fizeste conosco? Em que foi que pequei contra ti para que trouxesses tamanha culpa sobre mim e sobre o meu reino? O que me fizeste não se faz a ninguém!"
 
10 E perguntou Abime­leque a Abraão: "O que te levou a fazer isso?"
 
11 Abraão respondeu: "Eu disse a mim mes­mo: Certamente ninguém teme a Deus neste lugar, e irão matar-me por causa da minha mulher.
 
12 Além disso, na verdade ela é minha irmã por parte de pai, mas não por parte de mãe; e veio a ser minha mulher.
 
13 E, quando Deus me fez sair errante da casa de meu pai, eu disse a ela: As­sim você me provará sua lealdade: em qual­quer lugar aonde formos, diga que sou seu ir­mão".
 
14 Então Abimeleque trouxe ovelhas e bois, servos e servas, deu-os a Abraão e devolveu-lhe Sara, sua mulher.
 
15 E disse Abime­leque: "Minha terra está diante de ti; podes ficar onde quise­res".
 
16 A Sara ele disse: "Estou dando a seu irmão mil peças de prata, para reparar a ofen­sa feita a você diante de todos os seus; assim ­to­dos saberão que você é inocente".
 
17 A seguir Abraão orou a Deus, e Deus curou Abimeleque, sua mulher e suas servas, de forma que puderam novamente ter filhos,
 
18 por­que o Senhor havia tornado estéreis todas as mulheres da casa de Abimeleque por causa de Sara, mulher de Abraão.
 

 

O nascimento de Isaque

1 O Senhor foi bondoso com Sara, como lhe dissera, e fez por ela o que prometera.

 

2 Sara engravidou e deu um filho a Abraão em sua velhice, na época fixada por Deus em sua promessa.

 

3 Abraão deu o nome de Isaque ao filho que Sara lhe dera.

 

4 Quando seu filho Isaque tinha oito dias de vida, Abraão o circuncidou, conforme Deus lhe havia ordenado.

 

5 Estava ele com cem anos de idade quando lhe nasceu Isa­que, seu filho.

 

6 E Sara disse: "Deus me encheu de riso, e todos os que souberem disso rirão comigo".

 

7 E acrescentou: "Quem diria a Abraão que Sara amamentaria filhos? Contudo eu lhe dei um filho em sua velhice!"

 

Agar e Ismael mandados embora

8 O menino cresceu e foi desmamado. No dia em que Isaque foi desma­mado, Abraão deu uma grande festa.

 

9 Sara, porém, viu que o filho que Hagar, a egípcia, dera a Abraão estava rindo de Isaque,

 

10 e disse a Abra­ão: "Livre-se daquela escrava e do seu filho, porque ele jamais será herdeiro com o meu filho Isaque".

 

11 Isso perturbou demais Abraão, pois en­volvia um filho seu.

 

12 Mas Deus lhe disse: "Não se perturbe por causa do menino e da escrava. Atenda a tudo o que Sara lhe pedir, porque será por meio de Isaque que a sua descendência há de ser consider­ada.

 

13 Mas também do filho da escra­va farei um povo; pois ele é seu descen­dente".

 

14 Na manhã seguinte, Abraão pegou al­guns pães e uma vasilha de couro cheia d'água, entregou-os a Hagar e, tendo-os colocado nos ombros dela, despediu-a com o menino. Ela se pôs a caminho e ficou vagando pelo deserto de Berseba.

 

15 Quando acabou a água da vasilha, ela deixou o menino debaixo de um arbusto

 

16 e foi sentar-se perto dali, à distância de um tiro de flecha, porque pensou: "Não posso ver o menino morrer". Sentada ali perto, começou a chorar.

 

17 Deus ouviu o choro do menino, e o anjo de Deus, do céu, chamou Hagar e lhe disse: "O que a aflige, Hagar? Não tenha medo; Deus ou­viu o menino chorar, lá onde você o deixou.

 

18 Le­vante o menino e tome-o pela mão, porque dele farei um grande povo".

 

19 Então Deus lhe abriu os olhos, e ela viu uma fonte. Foi até lá, encheu de água a vasilha e deu de beber ao menino.

 

20 Deus estava com o menino. Ele cresceu, viveu no deserto e tornou-se flecheiro.

 

21 Vivia no deserto de Parã, e sua mãe conseguiu-lhe uma mulher da terra do Egito.

O acordo em Berseba

22Naquela ocasião, Abimeleque, acompa­nhado de Ficol, comandante do seu exército, disse a Abraão: "Deus está contigo em tudo o que fazes.

23Agora, jura-me, diante de Deus, que não vais enganar-me, nem a mim nem a meus filhos e descendentes. Trata ­a nação que te aco­lheu como estrangeiro com a mesma bondade com que te tratei".

24Respondeu Abraão: "Eu juro!"

25Todavia Abraão reclamou com Abimele­que a respeito de um poço que os servos de Abime­leque lhe tinham tomado à força.

26Mas Abimeleque lhe respondeu: "Não sei quem fez isso. Nunca me disseste nada, e só fiquei saben­do disso hoje".

27Então Abraão trouxe ovelhas e bois, deu-os a Abimeleque, e os dois firmaram um acordo.

28Abraão separou sete ovelhas do reba­nho,

29pelo que Abimeleque lhe perguntou: "Que signi­ficam estas sete ovelhas que separaste das demais?"

30Ele respondeu: "Aceita estas sete ovelhas de minhas mãos como testemu­nho de que eu cavei este poço".

31Por isso aquele lugar foi chamado Berse­ba, porque ali os dois fizeram um juramento.

32Firmado esse acordo em Berseba, Abimeleque e Ficol, comandante das suas tropas, voltaram para a terra dos filisteus.

33Abraão, por sua vez, plan­tou uma tamargueira em Berseba e ali invocou o nome do Senhor, o Deus Eterno.

34E morou Abraão na terra dos filisteus por lon­go tempo.

 

Abraão é provado

1 Passado algum tempo, Deus pôs Abraão à prova, dizendo-lhe: "Abraão!"

Ele respondeu: "Eis-me aqui".

 

2 Então disse Deus: "Tome seu filho, seu único filho, Isaque, a quem você ama, e vá para a região de Moriá. Sacrifique-o ali como holocausto num dos montes que lhe indicarei".

 

3 Na manhã seguinte, Abraão levantou-se e preparou o seu jumento. Levou consigo dois de seus servos e Isaque, seu filho. Depois de cortar lenha para o holocausto, partiu em direção ao lugar que Deus lhe havia indicado.

 

4 No terceiro dia de viagem, Abraão olhou e viu o lugar ao longe.

 

5 Dis­se ele a seus servos: "Fiquem aqui com o jumento enquanto eu e o rapaz vamos até lá. Depois de adorar, voltare­mos".

 

6 Abraão pegou a lenha para o holocausto e a colocou nos ombros de seu filho Isaque, e ele mesmo levou as brasas para o fogo, e a faca. E, caminhando os dois juntos,

 

7 Isaque disse a seu pai, Abraão: "Meu pai!"

"Sim, meu filho", respondeu Abraão.

Isaque perguntou: "As brasas e a lenha estão aqui, mas onde está o cordeiro para o holo­causto?"

 

8 Respondeu Abraão: "Deus mesmo há de prover o cordeiro para o holocausto, meu filho". E os dois continuaram a caminhar juntos.

 

9 Quando chegaram ao lugar que Deus lhe havia indicado, Abraão construiu um altar e so­bre ele arrumou a lenha. Amarrou seu filho Isa­que e o colocou sobre o altar, em cima da lenha.

 

10 Então estendeu a mão e pegou a faca para sacrificar seu filho.

 

11 Mas o Anjo do Senhor o chamou do céu: "Abraão! Abraão!"

"Eis-me aqui", respondeu ele.

 

12 "Não toque no rapaz", disse o Anjo. "Não lhe faça nada. Agora sei que você teme a Deus, porque não me negou seu filho, o seu único filho."

 

13 Abraão ergueu os olhos e viu um carnei­ro preso pelos chifres num arbusto. Foi lá pegá-lo, e o sacrificou como holocausto em lugar de seu filho.

 

14 Abraão deu àquele lugar o nome de "O ­Senhor Proverá". Por isso até hoje se diz: "No monte do Senhor se proverá".

 

15 Pela segunda vez o Anjo do Senhor chamou do céu a Abraão

 

16 e disse: "Juro por mim mesmo", declara o Senhor, "que, por ter feito o que fez, não me negando seu filho, o seu único filho,

 

17 esteja certo de que o aben­çoarei e farei seus descendentes tão numerosos como as estrelas do céu e como a areia das praias do mar. Sua descendência conquistará as cidades dos que lhe forem inimigos

 

18 e, por meio dela, todos os povos da terra serão abençoados, por­que você me obedeceu".

 

19 Então voltou Abraão a seus servos, e juntos partiram para Berseba, onde passou a viver.­

 

 

A morte de Sara

1 Sara viveu cento e vinte e sete anos

 

2 e morreu em Quiriate-Arba, que é He­brom, em Canaã; e Abraão foi lamentar e chorar por ela.

 

3 Depois Abraão deixou ali o corpo de sua mulher e foi falar com os hititas:

 

4 "Sou apenas um estrangeiro entre vocês. Cedam-me alguma propriedade para sepultura, para que eu tenha onde enterrar a minha mulher".

 

5 Responderam os hititas a Abraão:

 

6 "Ouça-nos, senhor; o senhor é um príncipe de Deus em nosso meio. Enterre a sua mulher nu­ma de nossas sepulturas, na que lhe parecer me­lhor. Ne­nhum de nós recusará ceder-lhe sua sepultura para que enterre a sua mulher".

 

7 Abraão levantou-se, curvou-se perante o povo daquela terra, os hititas,

 

8 e disse-lhes: "Já que vocês me dão permissão para sepultar minha ­mulher, peço que intercedam por mim junto a Efrom, filho de Zoar,

 

9 a fim de que ele me ceda a caverna de Macpela, que lhe pertence e se encontra na divisa do seu campo. Peçam-lhe que a ceda a mim pelo preço justo, para que eu tenha uma propriedade para sepultura entre vocês".

 

10 Efrom, o hitita, estava sentado no meio do seu povo e respondeu a Abraão, sendo ouvi­do por todos os hititas que tinham vindo à porta da cidade:

 

11 "Não, meu senhor. Ouça-me, eu lhe cedo o campo e também a caverna que nele está. Cedo-os na presença do meu povo. Sepulte a sua mulher".

 

12 Novamente Abraão curvou-se perante o povo daquela terra

 

13 e disse a Efrom, sendo ou­vido por todos: "Ouça-me, por favor. Pagarei o preço do campo. Aceite-o, para que eu possa sepultar a minha mulher".

 

14 Efrom respondeu a Abraão:

 

15 "Ouça-me, meu senhor: aquele pedaço de terra vale quatro­centas peças de prata, mas o que significa isso entre mim e você? Sepulte a sua mulher".

 

16 Abraão concordou com Efrom e pesou-lhe o valor por ele estipulado diante dos hititas: quatrocentas peças de prata, de acordo com o peso corrente entre os merca­dores.

 

17 Assim o campo de Efrom em Macpela, perto de Manre, o próprio campo com a caverna que nele há e todas as árvores dentro das divisas do campo, foi transferido

 

18 a Abraão como sua propriedade diante de todos os hititas que tinham vindo à porta da cidade.

 

19 Depois disso, Abraão sepultou sua mulher Sara na caverna do campo de Macpela, perto de Man­re, que se en­contra em Hebrom, na terra de Canaã.

 

20 Assim o campo e a caverna que nele há foram transferi­dos a Abraão pelos hititas como propriedade para sepultura.

 

 

Isaque e Rebeca

1 Abraão já era velho, de idade bem avançada, e o ­Senhor em tudo o aben­çoara.

 

2 Dis­se ele ao servo mais velho de sua casa, que era o responsável por tudo quanto tinha: "Ponha a mão debaixo da minha coxa

 

3 e jure pelo Se­nhor, o Deus dos céus e o Deus da terra, que não buscará mulher para meu filho entre as filhas dos cana­neus, no meio dos quais estou vivendo,

 

4 mas irá à minha terra e buscará entre os meus parentes uma mulher para meu filho Isaque".

 

5 O servo lhe perguntou: "E se a mulher não quiser vir comigo a esta terra? Devo então levar teu filho de volta à terra de onde vieste?"

 

6 "Cuidado!", disse Abraão, "Não deixe o meu filho voltar para lá.

 

7 "O Senhor, o Deus dos céus, que me tirou da casa de meu pai e de minha terra natal e que me prometeu sob juramento ­que à minha descendência daria esta terra, enviará o seu anjo adian­te de você para que de lá traga uma mulher para meu filho.

 

8 Se a mulher não quiser vir, você estará livre do jura­mento. Mas não leve o meu filho de volta para lá."

 

9 Então o servo pôs a mão debaixo da coxa de Abraão, seu senhor, e jurou cumprir aque­la palavra.

 

10 O servo partiu, com dez camelos do seu senhor, levando também do que o seu senhor tinha de melhor. Partiu para a Mesopotâmia, em direção à cidade onde Naor tinha morado.

 

11 Ao cair da tarde, quando as mulheres costumam sair para buscar água, ele fez os camelos se ajoelha­rem junto ao poço que ficava fora da cidade.

 

12 Então orou: "Senhor, Deus do meu senhor Abraão, dá-me neste dia bom êxito e seja bondoso com o ­meu senhor Abraão.

 

13 Co­mo vês, estou aqui ao lado desta fonte, e as jovens do povo desta cidade estão vindo para tirar água.

 

14 Concede que a jovem a quem eu disser: Por favor, incline o seu cântaro e dê-me de be­ber, e ela me responder: 'Bebe. Também darei água aos teus camelos', seja essa a que escolhes­te para teu servo Isaque. Saberei assim que ­foste bondoso com o meu senhor".

 

15 Antes que ele terminasse de orar, surgiu Rebeca, filha de Betuel, filho de Milca, mulher de Naor, irmão de Abraão, trazendo no ombro o seu cântaro.

 

16 A jovem era muito bonita e vir­gem; nenhum homem tivera relações com ela. Rebeca desceu à fonte, encheu seu cântaro e voltou.

 

17 O servo apressou-se ao encontro dela e disse: "Por favor, dê-me um pouco de água do seu cântaro".

 

18 "Beba, meu senhor", disse ela, e tirou rapidamente dos ombros o cântaro e o serviu.

 

19 Depois que lhe deu de beber, disse: "Ti­rarei água também para os seus camelos até saciá-los".

 

20 Assim ela esvaziou depressa seu cântaro no bebedouro e correu de volta ao poço para tirar mais água para todos os camelos.

 

21 Sem dizer nada, o homem a observava atenta­mente para saber se o Senhor tinha ou não co­roado de êxito a sua missão.

 

22 Quando os camelos acabaram de beber, o homem deu à jovem um pen­dente de ouro de seis gramas e duas pulseiras de ouro de cento e vinte gramas,

 

23 e perguntou: "De quem você é filha? Diga-me, por favor, se há lugar na casa de seu pai para eu e meus companhei­ros passarmos a noite".

 

24 "Sou filha de Betuel, o filho que Milca deu a Naor", respondeu ela;

 

25 e acrescen­tou: "Temos bastante palha e forragem, e também temos lugar para vocês passarem a noite".

 

26 Então o homem curvou-se em adoração ao Senhor,

 

27 dizendo: "Bendito seja o Senhor, o Deus do meu senhor Abraão, que não retirou sua bondade e sua fidelidade do meu senhor. Quanto a mim, o Senhor me conduziu na jorna­da até a casa dos parentes do meu senhor".

 

28 A jovem correu para casa e contou tudo à família de sua mãe.

 

29 Rebeca tinha um irmão chamado Labão. Ele saiu apressado à fonte para conhecer o homem,

 

30 pois tinha visto o penden­te e as pulseiras no braço de sua irmã, e ouvira Rebeca contar o que o homem lhe dissera. Saiu, pois, e foi encontrá-lo parado junto à fonte, ao lado dos camelos.

 

31 E disse: "Venha, bendito do Senhor! Por que ficar aí fora? Já arrumei a casa e um lugar para os camelos".

 

32 Assim o homem dirigiu-se à casa, e os camelos foram descarrega­dos. Deram palha e forragem aos camelos, e água ao homem e aos que estavam com ele para lavarem os pés.

 

33 De­pois lhe trouxeram comida, mas ele disse: "Não comerei enquanto não disser o que tenho para dizer".

Disse Labão: "Então fale".

 

34 E ele disse: "Sou servo de Abraão.

 

35 O Senhor o abençoou muito, e ele se tornou mui­to rico. Deu-lhe ovelhas e bois, prata e ouro, servos e servas, camelos e jumentos.

 

36 Sara, mulher do meu senhor, na velhice lhe deu um filho, que é o herdeiro de tudo o que Abra­ão possui.

 

37 E meu senhor fez-me jurar, dizendo: 'Você não buscará mulher para meu filho entre as filhas dos cana­neus, em cuja terra estou vi­vendo,

 

38 mas irá à família de meu pai, ao meu pró­prio clã, buscar uma mulher para meu filho'.

 

39 "Então perguntei a meu senhor: E se a mulher não quiser me acompa­nhar?

 

40 "Ele respondeu: 'O Senhor, a quem tenho servido, enviará seu anjo com você e coroará de êxito a sua missão, para que você traga para meu filho uma mulher do meu próprio clã, da família de meu pai.

 

41 Quando chegar aos meus parentes, você estará livre do juramento se eles se recusarem a entregá-la a você. Só então você estará livre do juramento'.

 

42 "Hoje, quando cheguei à fonte, eu disse: Ó Senhor, Deus do meu senhor Abraão, se assim desejares, dá êxito à missão de que fui incumbido.

 

43 Aqui estou em pé diante desta fon­te; se uma moça vier tirar água e eu lhe disser: Por favor, dê-me de beber um pouco de seu cântaro,

 

44 e ela me responder: 'Bebe. Também darei água aos teus came­los', seja essa a que o Senhor escolheu para o filho do meu senhor.

 

45 "Antes de terminar de orar em meu cora­ção, surgiu Rebeca, com o cântaro ao ombro. Dirigiu-se à fonte e tirou água, e eu lhe disse: Por favor, dê-me de beber.

 

46 "Ela se apressou a tirar o cântaro do ombro e disse: 'Bebe. Também darei água aos teus camelos'. Eu bebi, e ela deu de beber tam­bém aos camelos.

 

47 "Depois lhe perguntei: De quem você é filha?

"Ela me respondeu: 'De Betuel, filho de Naor e Milca'.

"Então coloquei o pendente em seu nariz e as pulseiras em seus braços,

 

48 e curvei-me em adoração ao Senhor. Bendisse ao ­Senhor, o Deus do meu senhor Abraão, que me guiou pelo caminho certo para buscar para o filho dele a neta do irmão do meu senhor.

 

49 Agora, se quise­rem mos­trar fidelidade e bondade a meu senhor, digam-me; e, se não quiserem, digam-me tam­bém, para que eu decida o que fazer".

 

50 Labão e Betuel responderam: "Isso vem do Senhor; nada lhe po­demos dizer, nem a favor, nem contra.

 

51 Aqui está Rebeca; leve-a com você e que ela se torne a mulher do filho do seu senhor, como disse o Senhor".

 

52 Quando o servo de Abraão ouviu o que disseram, curvou-se até o chão diante do Se­nhor.

 

53 Então o servo deu joias de ouro e de prata e vestidos a Rebeca; deu também presentes valiosos ao irmão dela e à sua mãe.

 

54 Depois ele e os homens que o acompanhavam comeram, beberam e ali passaram a noite.

Ao se levantarem na manhã seguinte, ele disse: "Deixem-me voltar ao meu senhor".

 

55 Mas o irmão e a mãe dela responderam: "Deixe a jovem ficar mais uns dez dias conosco; então você poderá partir".

 

56 Mas ele disse: "Não me detenham, agora que o Senhor coroou de êxito a minha missão. Vamos despedir-nos, e voltarei ao meu senhor".

 

57 Então lhe disseram: "Vamos chamar a jovem e ver o que ela diz".

 

58 Chamaram Rebeca e lhe perguntaram: "Você quer ir com este homem?"

"Sim, quero", respondeu ela.

 

59 Despediram-se, pois, de sua irmã Rebeca, de sua ama, do servo de Abraão e dos que o acom­panhavam.

 

60 E abençoaram Rebeca, dizendo-lhe:

"Que você cresça, nossa irmã,

até ser milhares de milhares;

e que a sua descendência conquiste

as cidades dos seus inimigos".

 

61 Então Rebeca e suas servas se apronta­ram, montaram seus camelos e partiram com o homem. E assim o servo partiu levando Rebeca.

 

62 Isaque tinha voltado de Beer-Laai-Roi, pois habitava no Neguebe.

 

63 Certa tarde, saiu ao campo para meditar. Ao erguer os olhos, viu que se aproximavam camelos.

 

64 Rebeca também ergueu os olhos e viu Isaque. Ela desceu do camelo

 

65 e perguntou ao servo: "Quem é aquele homem que vem pelo campo ao nosso encon­tro?"

"É meu senhor", respondeu o servo. Então ela se cobriu com o véu.

 

66 Depois o servo contou a Isaque tudo o que havia feito.

 

67 Isaque levou Rebeca para a tenda de sua mãe, Sara; fez dela sua mulher, e a amou; assim Isaque foi consolado após a morte de sua mãe.

 

 

A morte de Abraão

1 Abraão casou-se com outra mulher, cha­mada Que­tura.

 

2 Ela lhe deu os seguintes filhos: Zinrã, Jocsã, Medã, Midiã, Isbaque e Suá.

 

3 Joc­sã gerou Sabá e Dedã; os descenden­tes de Dedã foram os assuritas, os le­tusitas e os leumitas.

 

4 Os filhos de Midiã foram Efá, Éfer, Enoque, Abida e Elda. Todos esses foram descendentes de Que­tura.

 

5 Abraão deixou tudo o que tinha para Isa­que.

 

6 Mas para os filhos de suas concubinas deu presentes; e, ainda em vida, enviou-os para lon­ge de Isaque, para a terra do oriente.

 

7 Abraão viveu cento e setenta e cinco anos.

 

8 Morreu em boa velhice, em idade bem avançada, e foi reunido aos seus antepassados.

 

9 Seus filhos, Isaque e Ismael, o sepultaram na caverna de Mac­pela, perto de Manre, no campo de Efrom, filho de Zoar, o hitita,

 

10 campo que Abra­ão comprara dos hiti­tas. Foi ali que Abraão e Sara, sua mulher, foram sepultados.

 

11 Depois da morte de Abraão, Deus abençoou seu filho Isaque. Isaque morava próximo a Beer-Laai-Roi.

 

 

Os filhos de Ismael

12 Este é o registro da descendência de Ismael, o filho de Abraão que Hagar, a serva egíp­cia de Sara, deu a ele.

 

13 São estes os nomes dos filhos de Ismael, alistados por ordem de nascimen­to: Nebaiote, o filho mais velho de Ismael, Quedar, Adbeel, Mibsão,

 

14 Misma, Dumá, Massá,

 

15 Hadade, Te­má, Jetur, Nafis e Quedemá.

 

16 Foram esses os doze filhos de Ismael, que se tornaram os líderes de suas tribos; ­os seus povoados e acampamen­tos receberam os seus nomes.

 

17 Ismael viveu cento e trinta e sete anos. Morreu e foi reunido aos seus antepassados.

 

18 Seus descendentes se estabeleceram na região que vai de Havilá a Sur, próximo à fronteira com o Egito, na direção de quem vai para Assur. E viveram em hostilidade contra todos os seus irmãos.

 

 

Jacob e Esaú

19 Esta é a história da família de Isaque, filho de Abraão:

Abraão gerou Isaque,

 

20 o qual aos quaren­ta anos se casou com Rebeca, filha de Betuel, o arameu de Padã-Arã, e irmã de Labão, também arameu.

 

21 Isaque orou ao Senhor em favor de sua mulher, porque era estéril. O Senhor respon­deu à sua oração, e Rebeca, sua mulher, engra­vidou.

 

22 Os meninos se empurravam dentro dela, pelo que disse: "Por que está me aconte­cendo isso?" Foi então consultar o Senhor.

 

23 Disse-lhe o Senhor:

"Duas nações estão em seu ventre;

já desde as suas entranhas

dois povos se separarão;

um deles será mais forte que o outro,

mas o mais velho servirá ao mais novo".

 

24 Ao chegar a época de dar à luz, confirmou-se que havia gêmeos em seu ventre.

 

25 O pri­meiro a sair era ruivo, e todo o seu corpo era como um manto de pelos; por isso lhe deram o nome de Esaú.

 

26 Depois saiu seu irmão, com a mão agarrada no calcanhar de Esaú; pelo que lhe deram o nome de Jacó. Tinha Isaque sessen­ta anos de idade quando Rebeca os deu à luz.

 

27 Os meninos cresceram. Esaú tornou-se caçador habilidoso e vivia percorrendo os cam­pos, ao passo que Jacó cuidava do rebanho e vivia nas tendas.

 

28 Isaque preferia Esaú, porque gostava de comer de suas caças; Rebeca preferia Jacó.

 

29 Certa vez, quando Jacó preparava um ensopado, Esaú chegou famin­to, voltando do cam­po,

 

30 e pediu-lhe: "Dê-me um pouco desse ensopado vermelho aí. Estou faminto!" Por isso também foi chamado Edom.

 

31 Respondeu-lhe Jacó: "Venda-me primei­ro o seu direito de filho mais velho".

 

32 Disse Esaú: "Estou quase morrendo. De que me vale esse direito?"

 

33 Jacó, porém, insistiu: "Jure primeiro". Ele fez um juramento, ven­dendo o seu direito de filho mais velho a Jacó.

 

34 Então Jacó serviu a Esaú pão com enso­pado de lenti­lhas. Ele comeu e bebeu, levantou-se e se foi.

Assim Esaú desprezou o seu direito de filho mais velho.

 

 

Jacob recebe a bênção de Isaque

1 Tendo Isaque envelhecido, seus olhos ficaram tão fracos que ele já não podia enxergar. Certo dia chamou Esaú, seu filho mais velho, e lhe disse: "Meu filho!"

Ele respondeu: "Estou aqui".

 

2 Disse-lhe Isaque: "Já estou velho e não sei o dia da minha morte.

 

3 Pegue agora suas armas, o arco e a aljava, e vá ao campo caçar alguma coisa para mim.

 

4 Prepare-me aque­la co­mida saborosa que tanto aprecio e traga-me, para que eu a coma e o abençoe antes de mor­rer".

 

5 Ora, Rebeca estava ouvindo o que Isaque dizia a seu filho Esaú. Quando Esaú saiu ao campo para caçar,

 

6 Rebeca disse a seu filho Jacó: "Ouvi seu pai dizer a seu irmão Esaú:

 

7 'Traga-me alguma caça e prepare-me aquela comida saborosa, para que eu a coma e o aben­çoe na presença do Senhor antes de morrer'.

 

8 Agora, meu filho, ouça bem e faça o que lhe ordeno:

 

9 Vá ao rebanho e traga-me dois cabritos esco­lhi­dos, para que eu prepare uma comida saborosa para seu pai, como ele aprecia.

 

10 Leve-a então a seu pai, para que ele a coma e o aben­çoe antes de morrer".

 

11 Disse Jacó a Rebeca, sua mãe: "Mas o meu irmão Esaú é homem peludo, e eu tenho a pele lisa.

 

12 E se meu pai me apalpar? Vai parecer que estou tentando enganá-lo, fazendo-o de tolo e, em vez de bênção, trarei sobre mim maldição".

 

13 Disse-lhe sua mãe: "Caia sobre mim a maldição, meu filho. Faça apenas o que eu digo: Vá e traga-os para mim".

 

14 Então ele foi, apanhou-os e os trouxe à sua mãe, que preparou uma comida saborosa, como seu pai apreciava.

 

15 Rebeca pegou as me­lhores roupas de Esaú, seu filho mais velho, roupas que tinha em casa, e colocou-as em Jacó, seu filho mais novo.

 

16 Depois cobriu-lhe as mãos e a parte lisa do pescoço com as peles dos cabri­tos,

 

17 e por fim entregou a Jacó a refeição sabo­rosa e o pão que tinha feito.

 

18 Ele se dirigiu ao pai e disse: "Meu pai".

Respondeu ele: "Sim, meu filho. Quem é você?"

 

19 Jacó disse a seu pai: "Sou Esaú, seu filho mais velho. Fiz como o senhor me disse. Agora, assente-se e coma do que cacei para que me aben­çoe".

 

20 Isaque perguntou ao filho: "Como en­controu a caça tão depressa, meu filho?"

Ele respondeu: "O Senhor, o seu Deus, a colocou no meu caminho".

 

21 Então Isaque disse a Jacó: "Chegue mais perto, meu filho, para que eu possa apalpá-lo e saber se você é realmente meu filho E­saú".

 

22 Jacó aproximou-se do seu pai, Isaque, que o apalpou e disse: "A voz é de Jacó, mas os braços são de Esaú".

 

23 Não o reconheceu, pois seus braços estavam peludos como os de Esaú, seu irmão; e o abençoou.

 

24 Isaque perguntou-lhe outra vez: "Você é mesmo meu filho Esaú?"

E ele respondeu: "Sou".

 

25 Então lhe disse: "Meu filho, traga-me da sua caça para que eu coma e o abençoe".

Jacó a trouxe, e seu pai comeu; também trou­xe vinho, e ele bebeu.

 

26 Então Isaque, seu pai, lhe dis­se: "Venha cá, meu filho, dê-me um bei­jo".

 

27 Ele se aproximou e o beijou. Quando sentiu o cheiro de suas roupas, Isaque o abençoou, dizendo:

"Ah, o cheiro de meu filho

é como o cheiro de um campo

que o Senhor abençoou.

 

28 Que Deus lhe conceda

do céu o orvalho

e da terra a riqueza,

com muito cereal e muito vinho.

 

29 Que as nações o sirvam

e os povos se curvem diante de você.

Seja senhor dos seus irmãos,

e curvem-se diante de você

os filhos de sua mãe.

Malditos sejam os que o amaldiçoarem

e benditos sejam

os que o ­abençoarem".

 

30 Quando Isaque acabou de abençoar Jacó, mal tendo ele saído da presença do pai, seu ir­mão, Esaú, chegou da caçada.

 

31 Ele também preparou uma comida saborosa e a trou­xe a seu pai. E lhe disse: "Meu pai, levante-se e coma da mi­nha caça, para que o senhor me dê sua bênção".

 

32 Perguntou-lhe seu pai, Isaque: "Quem é você?"

Ele respondeu: "Sou Esaú, seu filho mais velho".

 

33 Profundamente abalado, Isaque começou a tremer muito e disse: "Quem então apanhou a caça e a trou­xe para mim? Acabei de comê-la antes de você entrar e a ele abençoei; e abençoa­do ele será!"

 

34 Quando Esaú ouviu as palavras de seu pai, deu um forte grito e, cheio de amargura, implorou ao pai: "Aben­çoe também a mim, meu pai!"

 

35 Mas ele respondeu: "Seu irmão chegou astutamente e recebeu a bênção que pertencia a você".

 

36 E disse Esaú: "Não é com razão que o seu nome é Jacó? Já é a segunda vez que ele me en­gana! Primeiro tomou o meu direito de filho mais velho, e agora recebeu a minha bênção!" Então perguntou ao pai: "O senhor não reservou nenhuma bênção para mim?"

 

37 Isaque respondeu a Esaú: "Eu o cons­tituí senhor sobre você, e a todos os seus parentes tornei servos dele; a ele supri de cereal e de vi­nho. Que é que eu poderia fazer por você, meu filho?"

 

38 Esaú pediu ao pai: "Meu pai, o senhor tem apenas uma bênção? Abençoe-me também, meu pai!" Então chorou Esaú em alta voz.

 

39 Isaque, seu pai, respondeu-lhe:

"Sua habitação será

longe das terras férteis,

distante do orvalho

que desce do alto céu.

 

40 Você viverá por sua espada

e servirá a seu irmão.

Mas, quando você não suportar mais,

arrancará do pescoço o jugo".

 

Jacob foge para Labão

41 Esaú guardou rancor contra Jacó por causa da bênção que seu pai lhe dera. E disse a si mesmo: "Os dias de luto pela morte de meu pai estão próximos; então matarei meu irmão Jacó".

 

42 Quando contaram a Rebeca o que seu filho Esaú dissera, ela mandou chamar Jacó, seu filho mais novo, e lhe disse: "Esaú está se con­solando com a ideia de matá-lo.

 

43 Ouça, pois, o que lhe digo, meu filho: Fuja imediatamente para a casa de meu irmão Labão, em Harã.

 

44 Fique com ele algum tempo, até que passe o furor de seu irmão.

 

45 Quando seu irmão não esti­ver mais irado contra você e esquecer o que você lhe fez, mandarei buscá-lo. Por que perderia eu vocês dois num só dia?"

 

46 Então Rebeca disse a Isaque: "Estou desgostosa da vida, por causa destas mulheres hititas. Se Jacó escolher esposa entre as mulhe­res desta terra, entre mulhe­res hititas como es­tas, perderei a razão de viver".

Então Isaque chamou Jacó, deu-lhe sua bên­ção e lhe ordenou: "Não se case com mulher cananeia.

 

2 Vá a Padã-Arã, à casa de Be­tuel, seu avô materno, e case-se com uma das filhas de Labão, irmão de sua mãe.

 

3 Que o Deus todo-poderoso o abençoe, faça-o prolífero e multiplique os seus descen­dentes, para que você se torne uma co­munidade de povos.

 

4 Que ele dê a você e a seus descendentes a bênção de Abraão, para que você tome posse da terra na qual vive como estrangeiro, a terra dada por Deus a Abraão".

 

5 Então Isaque despediu Jacó e este foi a Padã-Arã, a Labão, filho do arameu Betuel, irmão de Rebeca, mãe de Jacó e Esaú.

 

6 Esaú viu que Isaque havia abençoado a Jacó e o havia mandado a Padã-Arã para esco­lher ali uma mulher e que, ao abençoá-lo, dera-lhe a ordem de não se casar com mulher cananeia.

 

7 Também soube que Jacó obede­cera a seu pai e a sua mãe e fora para Padã-Arã.

 

8 Percebendo então Esaú que seu pai Isaque não aprovava as mulhe­res cananeias,

 

9 foi à casa de Ismael e to­mou a Maala­te, irmã de Nebaiote, filha de Ismael, filho de Abraão, além das outras mulheres que já tinha.

Jacob prepara-se para se encontrar com Esaú

1 Jacó também seguiu o seu caminho, e anjos de Deus vieram ao encon­tro dele.

 

2 Quan­do Jacó os avis­tou, disse: "Este é o exército ­de Deus!" Por isso deu àquele lugar o nome de Maanaim.

 

3 Jacó mandou mensageiros adiante dele a seu irmão Esaú, na região de Seir, território de Edom.

 

4 E lhes ordenou: "Vocês dirão o seguinte ao meu senhor Esaú: Assim diz teu servo Jacó: Morei na casa de Labão e com ele permaneci até agora­.

 

5 Tenho bois e jumentos, ovelhas e cabras, servos e servas. Envio agora esta mensagem ao meu senhor, para que me recebas bem".

 

6 Quando os mensageiros voltaram a Jacó, disseram-lhe: "Fomos até seu irmão Esaú, e ele está vindo ao seu encontro, com quatro­centos homens".

 

7 Jacó encheu-se de medo e foi tomado de angústia. Então dividiu em dois grupos todos os que estavam com ele, bem como as ovelhas, as cabras, os bois e os camelos,

 

8 pois assim pen­sou: "Se Esaú vier e atacar um dos grupos, o outro poderá es­capar".

 

9 Então Jacó orou: "Ó Deus de meu pai Abraão, Deus de meu pai Isaque, ó Senhor que me disseste: 'Volte para a sua terra e para os seus parentes e eu o farei prosperar';

 

10 não sou digno de toda a bondade e lealdade com que trataste o teu servo. Quando atravessei o Jordão eu tinha apenas o meu cajado, mas agora possuo duas caravanas.

 

11 Livra-me, rogo-te, das mãos de meu irmão Esaú, porque tenho medo que ele venha nos atacar, tanto a mim como às mães e às crianças.

 

12 Pois tu prometeste: 'Esteja certo de que eu o farei prosperar e farei os seus des­cendentes tão numerosos como a areia do mar, que não se pode contar' ".

 

13 Depois de passar ali a noite, escolheu entre os seus rebanhos um presente para o seu irmão Esaú:

 

14 duzen­tas cabras e vinte bodes, du­zentas ovelhas e vinte carneiros,

 

15 trinta fêmeas de camelo com seus filhotes, quarenta vacas e dez touros, vinte jumentas e dez jumentos.

 

16 Designou cada rebanho sob o cuidado de um servo e disse-lhes: "Vão à minha fren­te e man­tenham certa distância entre um rebanho e outro".

 

17 Ao que ia à frente deu a seguinte instru­ção: "Qua­ndo meu irmão Esaú encontrar-se com você e lhe perguntar: 'A quem você pertence, para onde vai e de quem é todo este rebanho à sua frente?',

 

18 você responderá: É do teu servo Jacó. É um presente para o meu senhor Esaú; e ele mesmo está vindo atrás de nós".

 

19 Também instruiu o segundo, o terceiro e todos os outros que acompanhavam os reba­nhos: "Digam também a mesma coisa a Esaú quando o encontra­rem.

 

20 E acrescentem: Teu servo Jacó está vindo atrás de nós". Porque pen­sava: "Eu o apaziguarei com esses presentes que estou enviando antes de mim; mais tarde, quan­do eu o vir, talvez me receba".

 

21 Assim os pre­sentes de Jacó seguiram à sua frente; ele, porém, passou a noite no acampa­mento.

 

Jacob luta com Deus

22 Naquela noite, Jacó levantou-se, tomou suas duas mulheres, suas duas servas e seus on­ze filhos para atravessar o lugar de passagem do Jaboque.

 

23 De­pois de havê-los feito atravessar o ribeiro, fez passar também tudo o que possuía.

 

24 E Jacó ficou sozinho. Então veio um homem que se pôs a lutar com ele até o amanhe­cer.

 

25 Quan­do o homem viu que não poderia dominar Jacó, tocou-lhe na articulação da coxa, de forma que a deslocou enquanto luta­vam.

 

26 Então o homem disse: "Deixe-me ir, pois o dia já despon­ta". Mas Jacó lhe respondeu: "Não te deixarei ir, a não ser que me aben­çoes".

 

27 O homem lhe perguntou: "Qual é o seu nome?"

"Jacó", respondeu ele.

 

28 Então disse o homem: "Seu nome não será mais Jacó, mas sim Israel, porque você lutou com Deus e com homens e venceu".

 

29 Prosseguiu Jacó: "Peço-te que digas o teu nome".

Mas ele respondeu: "Por que pergunta o meu nome?" E o abençoou ali.

 

30 Jacó chamou àquele lugar Peniel, pois disse: "Vi a Deus face a face e, todavia, minha vida foi poupada".

 

31 Ao nascer do sol, atravessou Peniel, man­cando por causa da coxa.

 

32 Por isso, até o dia de hoje, os israelitas não comem o músculo ligado à articulação do quadril, porque nesse músculo Jacó foi ferido.

 

 

Jacob encontra-se com Esaú

1 Quando Jacó olhou e viu que Esaú estava se aproximando com quatrocen­tos ho­mens, dividiu as crianças entre Lia, Raquel e as duas servas.

 

2 Colocou as servas e os seus filhos à frente; Lia e seus filhos, de­pois; e Raquel com José, por último.

 

3 Ele mesmo pas­sou à frente e, ao aproxi­mar-se do seu irmão, curvou-se até o chão sete vezes.

 

4 Mas Esaú correu ao encontro de Jacó e abraçou-se ao seu pescoço, e o beijou. E eles choraram.

 

5 Então Esaú ergueu o olhar e viu as mulheres e as crianças. E perguntou: "Quem são estes?"

Jacó respondeu: "São os filhos que Deus concedeu ao teu servo".

 

6 Então as servas e os seus filhos se aproxi­maram e se curvaram.

 

7 Depois, Lia e os seus filhos vieram e se curvaram. Por último, chega­ram José e Raquel, e também se curvaram.

 

8 Esaú perguntou: "O que você pretende com todos os reba­nhos que encon­trei pelo cami­nho?"

"Ser bem recebido por ti, meu senhor", respondeu Jacó.

 

9 Disse, porém, Esaú: "Eu já tenho muito, meu irmão. Guarde para você o que é seu".

 

10 Mas Jacó insistiu: "Não! Se te agradaste de mim, aceita este presente de minha parte, porque ver a tua face é como contemplar a face de Deus; além disso, tu me recebeste tão bem!

 

11 Aceita, pois, o presente que te foi trazido, pois Deus tem sido favorável para comigo, e eu já tenho tudo o que necessito". Jacó tanto insistiu que Esaú acabou aceitando.

 

12 Então disse Esaú: "Vamos seguir em frente. Eu o acompanharei".

 

13 Jacó, porém, lhe disse: "Meu senhor sabe que as crian­ças são frágeis e que estão sob os meus cuidados ovelhas e vacas que ama­men­tam suas crias. Se forçá-las demais na caminhada, um só dia que seja, todo o rebanho morrerá.

 

14 Por isso, meu senhor, vai à frente do teu servo, e eu sigo atrás, devagar, no passo dos rebanhos e das crianças, até que eu chegue ao meu senhor em Seir".

 

15 Esaú sugeriu: "Permita-me, então, deixar alguns homens com você".

Jacó perguntou: "Mas para quê, meu se­nhor? Ter sido bem recebido já me foi sufi­cien­te!"

 

16 Naquele dia, Esaú voltou para Seir.

 

17 Ja­có, todavia, foi para Sucote (O CAPÍTULO SÓ USARÁ A PARTE "A" DESSE VERSÍCULO)